Pelo menos 348 pessoas foram mortas pela polícia em 2023 no PR
Em 2023, as forças policiais do Estado assassinaram 348 pessoas no Paraná. Os dados alarmantes foram divulgados hoje, dia 03, pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná.
A enorme quantidade de vítimas veio numa crescente ao longo do ano, foram 158 até junho e 190 de junho a dezembro. No entanto, caiu 28,7% em relação a 2022. Essa queda só foi possível porque familiares das vítimas da brutalidade policial tem se organizado cada vez mais e travam uma luta constante de denúncia e publicização da violência praticada cotidianamente nas periferias.
Quando se movimentam, quando vão às ruas, esses familiares não estão apenas buscando por justiça para seus casos individuais, mas também para que nenhum outro jovem seja assassinado nas mãos das forças de segurança do Estado, para que nenhuma outra família seja destruída assim.
JUSTIFICATIVAS
“Houve confronto”, é o que a polícia costuma dizer para justificar tantas mortes. A verdade, porém, é que na maioria dos casos a vítima se encontra rendida, desarmada e com testemunhas ou vídeos para confirmar; os projéteis e as marcas no local do crime quase em sua totalidade (quando não todos) partem dos policiais; e, segundo dados de uma própria organização policial, 9 policiais morreram em confronto nos últimos 7 anos. Que confronto é esse que só um lado é atingido?
A palavra de um policial, no entanto, é tida como a verdade e assim tantos assassinatos são justificados, sem sequer serem investigados de fato.
A grande quantidade de casos, o perfil das vítimas - em sua maioria jovens moradores de periferias, negros - e o descaso do Estado diante de dados tão gritantes e diante do sofrimento das famílias e da comunidade, só comprova o quanto a violência é institucionalizada, faz parte da constituição do modelo de sociedade que vivemos, faz parte do capitalismo.
E infelizmente não é só no Paraná - a escalada da violência policial tem acontecido em todo o país, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia. É preciso organização e luta para nos defender e barrar essa brutalidade.
Pelo fim da violência policial! Por justiça e memória de todos os que morreram nessa barbárie!
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