Operações policiais: terrorismo de Estado e genocídio do povo negro
Nas últimas semanas, o Estado brasileiro, através das polícias, tem realizado em diferentes regiões do país operações que deixam rastros de morte por onde passam.
No Guarujá, litoral de São Paulo, uma operação realizada pelas polícias civil e militar assassinou 16 pessoas em 10 dias, além de inúmeros relatos de violações de direitos, agressões e torturas contra moradores da periferia da cidade; no dia 2 de agosto, no Complexo da Penha no Rio de Janeiro, uma operação deixou 10 mortos, levando mais uma vez terror para a comunidade, com moradores impedidos de saírem de suas casas e crianças sem aula; também no Rio, na Cidade de Deus, um adolescente de 13 anos foi assassinado no dia 07; na Bahia, as última semanas foram de uma escalada dos crimes cometidos pela polícia - em apenas 10 dias, mais de 30 pessoas foram assassinadas em operações policiais em Salvador, Camaçari e Itatim.
Em meio a esse cenário brutal, a Polícia Militar do Paraná lançou oficialmente a "Operação 10 de agosto" na última terça-feira (03/08). Sem maiores especificações, trata-se do anúncio de um aumento no patrulhamento em virtude do aniversário da instituição, destacando que o intuito é transmitir uma maior segurança no estado.
A pergunta que fica é segurança para quem? Seja em SP, RJ, BA ou no Paraná, as ações performáticas da polícia tem como alvo o povo negro e pobre, atinge comunidades e favelas, causando pânicos em moradores e intensificando a brutalidade, que por aqui já atinge números alarmantes.
Esse é o papel da polícia: com a desculpa de acabar com o tráfico, na dita guerra às drogas, o braço armado do Estado é agente de um processo genocida que tem como alvo a população pobre e negra do país, com apoio das instituições burguesas e da mídia. Não precisamos de mais polícias, de mais violência, precisamos repensar a segurança pública!
Em tempos de operações, é importante que todos os movimentos de defesa dos Direitos Humanos mantenham a atenção redobrada em relação às violações de direitos perpetuadas pela PM e que possamos juntos lutar por memória e justiça para os nossos.
TODA SOLIDARIEDADE AS FAMÍLIAS DE VÍTIMAS DAS POLÍCIAS! POR JUSTIÇA E MEMÓRIA! PELO FIM DAS POLÍCIAS!
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