origens e princípios
No início de agosto de 2019, houveram inúmeros assassinatos promovidos pela Políca Militar, entre eles o de Ágatha Felix, uma criança de 8 anos, morta com um tiro de fuzil, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Diante de mais esse absurdo, que infelizmente é comum no Brasil e escancara uma das faces do genocídio de negros e negras em nosso país, um grupo de pessoas se reuniu para organizar uma manifestação em Curitiba contra a brutalidade policial.
Dessa união, foi consolidada a criação de uma rede, uma articulação entre pessoas e coletivos, para denunciar e acompanhar de modo permanente e organizado casos de violência das forças de segurança em Curitiba e região metropolitana, além de contribuir para a ampliação do debate sobre a brutalidade policial e genocídio do povo negro.
Nos constituímos, então, como um movimento independente de partidos, políticos, igrejas e empresas, apesar de termos em nossas fileiras pessoas que compõem também outras organizações. Um dos nossos objetivos é contribuir com a articulação dos familiares das vítimas, que já existe e se fortalece a cada ano, para que sejam protagonistas de suas próprias lutas!
É a partir dessa organização que, desde sua fundação, a Rede Nenhuma Vida a Menos vem recebendo denúncias, buscando acolher familiares, contribuindo com apoio jurídico e psicológico sempre que possível, realizando protestos, mobilizações e também formações, debates e textos em torno desse tema.
Para nós, essa é uma das formas de se construir justiça em uma sociedade onde a justiça oficial costuma ficar do lado de quem nos mata diariamente.
Em nossa caminhada, entendemos cada vez mais como a violência é uma prática inseparável das instituições policiais, seja nas ruas ou nas prisões, e como o racismo que estrutura toda a sociedade capitalista que vivemos é a base das motivações e dos métodos que a polícia usa em suas abordagens e operações. Por isso, acreditamos que acabar com esses instrumentos é mais do que necessário. Repensar a segurança pública, abolir as polícias e todos os mecanismos que produzem a morte e o encarceramento em massa é uma luta urgente!
Seguimos nos organizando e construindo ainda mais lutas contra o racismo e a brutalidade policial, por justiça e memória de todos os que perdemos nessa barbárie! E se você tem interesse em somar nessa construção, entre em contato com a gente através das nossas redes sociais. Avante!
linha do tempo
2019
2020
2021
2022
A pandemia de COVID-19 impôs novas formas de articulação da Rede. Em 2021, começamos a promover reuniões e rodas de conversa online por chamada de video, sobre abolicionismo penal e das polícias; apoiamos vítimas de violência do Estado a superar o isolamento social; somamos força por vacina e comida, levando adiante o grito de justiça, contra o genocídio e a violência policial; e ampliamos a solidariedade com famílias vítimas de violência do Estado. O vírus da violência policial atingiu níveis pandêmicos em Curitiba nesse período.
Em setembro de 2020, a comunidade do Parolin foi marcada por gritos e faixas pedindo justiça e o fim da violência policial. O ato marcava um ano da data em que a Polícia Militar assassinou os jovens Gustavo Bueno (14 anos), Felipe Bueno (16 anos), Elias Pires (17 anos) e Eduardo Augusto (21 anos). Familiares, vizinhos e movimentos sociais saíram em marcha pelas ruas do bairro, denunciando a brutalidade que atinge as periferias brasileiras e em memória daqueles e daquelas que tiveram suas vidas violentamente interrompidas pelas mãos do Estado.
Em 27 de Setembro de 2019, movimentos sociais, entidades e apoiadores fizeram um protesto no centro de Curitiba contra o genocído da população negra. O ato foi ocasião de lançamento da Rede Nenhuma Vida a Menos. A iniciativa de criar uma rede de proteção, denuncia e acolhimento aconteceu logo após a morte da menor Agatha, no Rio de Janeiro, mas também por um caso de prisão injusta de um jovem negro em Curitiba.
"Estamos aqui contra o genocídio da população negra"
O grito por justiça seguirá ecoando!
"Só que não vamos desistir. Vamos lutar até quando pudermos..."
Nas ruas e nas redes
Reprodução Brasil de Fato PR
Marihu Aires | Repórter Popular
Em 2022, a Rede participou do V Encontro Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, em Fortaleza-CE. O encontro da rede nacional, que estava previsto para acontecer em 2020, foi adiado duas vezes, por causa da pandemia de COVID-19, Entre os dias 17 a 20 de maio, Fortaleza recebeu movimentos de mães e familiares de diversos estados do Brasil. A gente estva lá!
Estiveram presentes mais de 30 movimentos, grupos e coletivos organizados de mães e familiares das cinco regiões do país. Foram mais de 100 pessoas, sobretudo, mulheres mães, tias, irmãs, esposas e filhas que fizeram os momentos do encontro acontecer.
Reprodução Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas
do Terrorismo do Estado | Facebook
2023
I ENCONTRO DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA POLICIAL DO PARANÁ
Em 26 de agosto, debatemos na UFPR sobre a brutalidade policial em nosso estado, o genocídio da população negra e sobre as estratégias de enfrentamento ao terrorismo de Estado forjadas diariamente por familiares e sobreviventes nas ruas, becos e vielas do país. Também foi um momento de resgate da memória de vítimas da violência policial, com depoimentos fortes de familiares que contaram as histórias de seus filhos e de sua trajetória na busca por justiça.
Foi um marco na nossa luta de enfrentamento às forças reacionárias e violentas. Agradecemos a todas e todos que estiveram presentes, familiares, artistas, convidados, militantes, ativistas e interessados em debater de forma séria um tema tão importante.
PELO FIM DA BRUTALIDADE POLICIAL!
TODA A SOLIDARIEDADE AS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DO ESTADO! POR MEMÓRIA E JUSTIÇA!